"Eu era uma inconsciente que, por acaso, era uma boa advogada. Fiz um bom trabalho? Sim. Dormi bem? Não é possível", confessa. A advogada, que agora diz defender as vítimas, recorda os casos que mais a marcaram, os dilemas morais pessoais que se seguiram e os escapes nos gastos com roupas e livros. "Se não fosse Deus, eu tinha ido para debaixo da ponte. Foi difícil mas superei."
A advogada tinha 22 anos quando perdeu o pai, vítima de cancro. Tinha muitos sonhos e alcançou-os um a um, mas "há coisas que nos saem das mãos", confessa. A licenciatura, a primeira casa, o primeiro jantar em sua casa... alguns dos momentos que a advogada sempre sonhou partilhar com o pai, mas que se mantiveram um sonho. "Fiz as pazes com Deus. Quando nós amamos não podemos pensar só em nós", conclui.
Aos 5 anos já tinha começado as lides domésticas, aos 15 teve que sair de casa e cuidar da avó, aos 19 casou-se - para se libertar da vida que tinha, para respirar -, mas a felicidade não chegou. Após dois abortos espontâneos, marta conseguiu ser mãe mas foi apanhada de surpresa quando o filho foi diagnosticado com trissomia 18 e autismo. Apesar das provações, é pelo filho que continua a lutar, a trabalhar das 6h às 18h. Marta foi surpreendida pelo programa.
A agressão aconteceu após Marta ter exigido de volta o dinheiro roubado pelo ex-marido - 2€ euros, tudo o que tinha na altura para fazer o almoço. Marta também confessa que, na altura, não tinha água em casa e, tal como ela, o filho também chegou a sofrer agressões: "Chorava por mim e pelo meu filho. Ele não tem culpa do pai que eu escolhi para ele."
Clayton é fruto de uma relação fugaz com uma jovem que escondeu a gravidez e só aos 20 anos descobriu que tinha um filho. Aos 16 anos o jovem encontrou o pai através de uma rede social e desde então, pai e filho mantêm o contacto. Jorge não imaginava que estava a acontecer na sua vida o que tinha acontecido na vida da sua mãe biológica.